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Pra fechar o dia... postagem sobre um homem cego que encontrava na esquina todos os quando ia para a faculdade...
Desce a rua de paralelepípedos, para ele o mundo inteiro. Blusão, do que chamamos moletom, esverdeado, coroado na gola com o amarelo ovo da camisa que vem por baixo.
Cabelo aloirado voando sem jeito no vento. O repetido boné de todo dia enterrado até a testa. Bigode vasto, misterioso e sombrio, com o mesmo tom pastel do longo cabelo aloirado. Loiro pastel.
Cabelo aloirado voando sem jeito no vento. O repetido boné de todo dia enterrado até a testa. Bigode vasto, misterioso e sombrio, com o mesmo tom pastel do longo cabelo aloirado. Loiro pastel.
Nos olhos os óculos de lentes esfumaçadas, lentes de disfarce, lentes intransponíveis. Em uma das mãos um tradicional cigarro, na outra a bengala leve de alumínio, provavelmente feita pela manufatura pessoal.
Com sua sonoridade cadenciada vira a esquina e segue seu caminho. Provavelmente tece assim seu dia e repete estes mesmos lampejos singulares e momentâneos manhã após manhã.
Vai caminhando sem visão, mais um visionários empírico de nossa sociedade, ali onde se encontram Marechal Deodoro e Pedro Ivo, na residência de Carlos, o Gomes.
Vai caminhando sem visão, mais um visionários empírico de nossa sociedade, ali onde se encontram Marechal Deodoro e Pedro Ivo, na residência de Carlos, o Gomes.