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Me ajuda a fazer um lanche?

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Dia desses estava andando pelas movimentadas ruas de Curitiba... em pleno horário de pico...saída do trabalho.

Um fato, por si só comum em Curitiba, muito me surpreende e me intrigou. Fui parado por alguém que me pediu "me ajude a fazer um lanche, estou desempregado e faminto". Incrível, o pedido já é conhecido de quem caminha nas ruas da cidade, no entanto, quando se ouve um pedido desses, normalmente quem o profere está na calçada, caído, sujo, ou mesmo em pé maltrapilho, mas esse não era o caso daquela pessoa.

Se tratava de um homem, aparentando por volta de uns 40 anos, bem vestido, não com elegância, mas com higiene e discrição, no rosto amparava seus óculos de grau, tinha olhos profundamente humilhados. Foi uma cena impressionante. Eu não costumo dar dinheiro a quem pede, por dois motivos, o menor é que normalmente não carrego dinheiro comigo, e o maior é que normalmente não acredito que realmente o pedido seja por necessidade (aqui cabe um outra vasta discussão). Neste dia, abri minha pasta, minha carteira, raspei as poucas moedas que por acaso estavam lá e entreguei nas mãos do cidadão. Antes perguntei se ele não se ofenderia com apenas algumas moedas, ao que ele me respondeu com outra pergunta "porque eu me ofenderia?". Achei que poucas moedas seriam até indignas nas mãos daquele homem, talvez sua história fosse verdadeira e ele realmente estivesse desempregado (sei lá! eu podia ter dito que hoje haverá um multirão de empregos numa das praças da capital); o fato era que os olhos dele me fizeram ver o quanto ele se sentia envergonhado em pedir dinheiro para uma pessoa qualquer que passava na rua... o quanto a situação dele o deixava deslocado perante si mesmo...

Entre verdades ou mentiras, prefiri, naquele momento, a crença. Confesso que fiquei perturbado com a situação. Que estranho.

Que tal comentar o fato? Já aconteceu com você?