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AMOR -- Paixão II

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Continuando o que comecei a contar outro dia...

... Os dias que se seguiram foram perturbados. Quando cheguei novamente nas aulas em minha classe regular, falei para uma amiga muito próxima na classe, que eu estava apaixonado e quando eu casasse a minha mulher tinha que ser que nem aquela freira que eu tinha visto, linda, inteligente, falando bem, com presença... E fiquei, dias pensando naquela linda mulher, esperando o dia da próxima aula naquela turma.

No entanto, qual não foi minha surpresa quando, em meu estágio, na biblioteca da faculdade, minha chefe, com um papel nas mãos, me perguntou "Everton, você conhece esta menina do seu curso, o nome dela é Jociane, está no primeiro ano?", confesso que meu coração pulou, lembro que eu estava abaixado arrumando uns livros e quando ela me perguntou isso levantei imediatamente e disse que conhecia sim, e quis saber o motivo da pergunta, ao que minha chefe respondeu que ela tinha enviado currículo para estagiar conosco. E eu disse que não podia ser, pois ela era freira, seria estranho. Minha chefe perguntou, surpresa, "Mas, freira, de roupa de freira e tudo!?", ao que eu respondi afirmativamente. Mas esperei, ela passou pela biblioteca por duas vezes, para as entrevistas. Meu Deus, como ela era linda, ficou conversando comigo no balcão de atendimento e me contou que procurava emprego para que pudesse deixar a vida religiosa. Fiquei surpreso e ao mesmo tempo animado. Torci muito para que ela fosse contratada lá.

Passaram-se poucos dias e ela chegou para trabalhar conosco, e minha chefe, sem ainda saber da paixão que tinha nascida já em meu coração, me designou para ensinar para nossa nova estagiária tudo que nosso trabalho exigia e como se guardavam os livros e tudo mais...

Claro que fiz isso com muita satisfação...

Houve até uma situação interessante em que ocorreu nosso primeiro abraço pelo "acaso". Eu estava levando ela para conhecer o lugar de alguns livros e "sem querer" pisei em sua sandália, que prendendo-a, arrebentou-se e a fez cair em meus braços... nossa... nem acreditei depois....

Bem, nessa época eu ainda achava que podia voltar à vida religiosa, e também achava que ela voltaria. Mas quando a vi, eu sabia que era ela. Estava difícil de conviver internamento com aquilo que parecia uma incoerência interna, afinal, eu pretendia a carreira religiosa ainda... mas Deus desenhou diferente!

Numa tarde, quando o trabalho estava mais ameno, perguntei a ela se voltaria para o convento, ao que me respondeu que não voltaria mais, que a Madre tinha mandado avisá-la que uma vez fora, não voltaria. Então saí do balcão com aquela resposta, e fui para a informática, um setor próximo. Era interessante que o mesmo fogo que me consumia, creio eu, a consumia também, pois não conseguiamos ficar separados, sempre visitávamos os setores um do outro no trabalho...Bem, quando voltei do outro setor, eu disse de surpresa para ela "Sabe, desisti de voltar para o convento, estou convencido que não devo fazer isso, se não me querem mais lá, são eles que perdem!"... ela me olhou muitíssimo surpresa e fez uma cara de "e eu com isso!?", foi engraçado.

Sempre que saia do trabalho, me encontrava com uns amigos que faziam cursinho perto da faculdade e iamos juntos para casa. Nesta noite, eu contei minha paixão... e me deram uma sugestão muito simples... convide-a para tomar um sorvete e ir no cinema..."sempre funciona", disseram! Estavam certos.

Convidei para que fossemos ao cinema depois do trabalho no sábado....e neste dia, conversamos muito e nos conhecemos melhor.

Na hora de ir embora, acompanhei-a ao ponto de ônibus, e quando o ônibus chegou, nos despedimos normalmente, e quando viro e caminho ouço a voz dela me chamando, tinha "esquecido" minha carteira com ela e ela me chamava para devolver, esta gentileza não ficou gratuita, quando voltei, nosso primeiro beijo, que ficou latejando em minha mente por muitos dias.... quando nos reencontramos na segunda-feira, eramos namorados...
em uma semana tínhamos nossas alianças de namoro....

Nesse tempo, havia passado aproximadamente 3 semanas daquela aula...


nas próximas postagens,... nossos anos de namoro até chegar ao criativo pedido de casamento...

só depois da festa do casamento que vai acontecer dia 16 deste mês....

abraços

Paixão

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Vamos apresentar um pouco de história...

Everton Renaud, conforme alguns conhecem, foi seminarista em Agudos, São Paulo, um irmão franciscano. Uma vida muito boa Que durou por certo tempo, mas deixou de existir. tudo mudou. Em 2006 ingressei no curso de Filosofia, ingressei no segundo módulo, lá pelo mês de março. Foi uma época bem interessante. Neste tempo a intensidade e dureza dos estudos já não me causava mais pânico, o que mudou é que era preciso aprender a viver de um modo diferente. Muitas são as diferenças entre vida de convento e vida fora do convento. Mas fui aprendendo. Passaram, então, os meses, e com eles, o ano. Foi um ano muito difícil, muitas lágrimas foram derramadas. Não pensem os amigos que não notei a presença deles, cada ao está registrado no meu coração, todos foram importantes, mas eu ainda não estava curado interiormente, minha alma ainda sangrava, mas quando 2007 começou, o meu espírito estava maior, com uma cicatriz, não sangrava mais.
Jociane Busatta, como alguns também o sabe, foi religiosa franciscana. Irmã Franciscana da Beata Angelina. Vida vivida por um tempo razoável, quase dez anos. Vida que trouxe muitas experiências, muitas alegrias, muita formação... grandes amizades. Iniciava o curso de filosofia na mesma instituição onde eu fazia o segundo ano do mesmo curso.
Como eu havia ingressado no segundo módulo, no segundo ano precisei fazer as disciplinas do primeiro módulo que eu havia perdido, e assim que, em uma das disciplinas fui parar na sala dos novatos. No primeiro dia, já um aluno mais acostumado a atrasar-se pelo uso do transporte coletivo, cheguei para a aula, com um sorriso faceiro, mas com um pouco de vergonha, era uma coisa nova a enfrentar. Bati na porta onde a aula já havia começado e entrei. A professora que já me conhecia não deixou de comentar minha presença, como se chegar atrasado já não me fizesse aparecer o suficiente diante da turma, e durante as explicações ela ia falando meu nome e pedindo exemplos. Eu, enquanto isso, ia reparando na turma. Como de costume neste curso, muitos religiosos, frades e freiras. Claro que percebi a existência de duas freiras da mesma "raça" (congregação), pois os hábitos eram iguais. Apenas apreciei.
Os dias de aula foram passando, e mais ou menos na segunda ou terceira semana de aula, uma das freiras, que normalmente não me dava papo veio para aula sem hábito. Com o que se chama, roupa civil, roupa 'normal'. Neste dia toda turma apresentava um trabalho, e ela foi à frente para apresentar com o grupo dela. Me pergunte o tema deles! Direi que nem me lembro mais. No entanto, quer saber como era aquela irmã? Estava com cabelo na altura dos ombros, mas presos, eram escuros e cacheados. Pele branca, uma boca linda, com um sorriso que enfeitava ainda mais aquele rosto que era lindíssimo. Usava uma camiseta preta, com uns dizeres coloridos estampados na frente. E que voz encantadora ela tinha. Sabe aquele momento de filme, em que todas as imagens ficam secundárias e só ela fica exposta para o apaixonado. Foi assim que aconteceu. Não me contive, olhei para um colega próximo e disse "como é linda essa freira!", ele concordou e riu. Mas internamente me repreendi, afinal, eu estava 'cobiçando' uma serva do Senhor, mas também me consolei, apenas estou admirando...

Ainda tem outra parte desta história, a parte do trabalho e os dias que se seguiram, mas conto na próxima postagem...