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Ética, vida boa e o uso da tecnologia nas escolas

Por Everton Renaud - Publicado no Blog Giro Sustentável da Gazeta do Povo em 16/07/2010

Ética foi definida com maestria pelo filósofo Paul Ricoeur, em 1995, como “vida boa, com e para os outros, em instituições justas”. Ricoeur, um dos principais pensadores franceses do pós-Guerra, faleceu em 2005. Mas sua definição de ética esteve em pauta no 5º seminário nacional – o professor a leitura de jornal, com o foco em Educação, Mídia e Formação Docente, que está acontecendo na Unicamp desde o último dia 14 e que se encerra hoje.

Logo no primeiro dia do evento, o filósofo e educador Mário Sergio Cortella conduziu uma importante reflexão sobre ética e multimídia. Ele utilizou a definição de Paul Ricouer para dizer que a ética por si só não resolve as pendências sociais: vida boa “para todos e todas” pressupõe não haver exclusão na efetivação deste modelo de vida.

Não é o que necessariamente acontece numa escola, com o cada vez mais comum uso de tecnologias. Esse é o horizonte ético que guia a ação humana e, por isso, os processos educativos escolares não devem se adaptar às inovações, mas integrar novas formas ao seu cotidiano. Adaptar é postura passiva, enquanto integrar pressupõe metas de convergência.

Para Cortella, as tecnologias mais recentes podem fazer parte do trabalho pedagógico escolar, desde que utilizadas como ferramentas a serviço de objetivos educacionais que estejam antes claros para a comunidade e que a ela sirvam.

“Tecnologia em si não é sinal de mentalidade moderna; o que moderniza é a atitude e a concepção pedagógica e social que se usa e, assim, uma mentalidade moderna de fato lança mão da tecnologia por incorporar-se aos seus projetos, e não por ser tecnologia”, afirma ele.

Vida boa para todas e todos é vida bem feita, bem vivida. O uso ético da multimídia é um caminho para a efetivação disso. Se o fazer da mídia e da tecnologia atrelado à educação estiver bem feito, as possibilidades de construção da vida boa aumentarão – de forma ética, tal como no conceito de Ricoeur.

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